Continuação…
Na faculdade, tinha uma cadeira eletiva sobre pesquisas da percepção da realidade conforme o tipo de luminosidade aplicada aos objetos, cenas e pessoas. Elas se matricularam imediatamente. Foi aí que descobriram uma coisa, aparentemente, sinistra, pois jamais imaginaram que houvesse a possibilidade de alteração do que enxergamos para o que realmente está ali, simplesmente ao trocar a cor da luminosidade das lentes.
Encantadas e extasiadas com a cadeira eletiva, foram analisar as lentes da Ermanox. Acabaram por encontrar uma escrita diferenciada na máquina, que, no momento, mal deu para notar. Averiguando melhor, descobriram que tinha uma informação gravada em alfabeto tebano. Uma linguagem arcaica dos anos de mil e quinhentos, geralmente encontrada em rituais macabros e feitiços. Tal descoberta as arrepiou não só os cabelos, mas o corpo inteiro. Sentiram um fluxo de energia sentido crânio caudal que as deixou, momentaneamente, estagnadas ao processar tudo aquilo que elas acabaram de descobrir. Que a todas as coisas se aplicam a teoria da relatividade, pois todas as coisas são relativas. Até mesmo o relativo é relativo.
Acreditavam que poderia se ver muito mais através de uma imagem do que o simples retrato. Porque tudo é relativo, tudo depende de algo e é influenciado por algo ou alguém. Portanto, o que poderia ser verdade ou realidade em um momento, pode não o ser em outro.
Samara e Alexandra resolveram fazer um experimento com as câmeras que tinham, mas, com a Ermanox, perceberam que algo muito sinistro estava acontecendo. O que as remeteu ao trauma de infância. Além das sombras naturais vistas em todas as máquinas, a Ermanox capturava sombreamentos e borrões paranormais nas imagens devido às escritas em tebano que havia nela. Provavelmente, um sortilégio realizado por algum bruxo nos séculos passados.
Novamente, para esquecer o passado assustador delas, agiram como se nada estivesse acontecendo. Saíram com os seus amigos e vizinhos para se divertir e registraram o momento com uma foto. Vagarosamente e com toda a cautela que o tema exigia, comentaram com um vizinho sobre as sombras e vultos ao lado dele, se estava vendo de onde poderia estar sendo reproduzido ou refletido, e a pessoa não respondeu, mas seus amigos, ao lado dele, que estavam no mesmo cenário para a captura da foto, lhes perguntaram meio assustados: Com quem vocês estão falando?
Silêncio mortal…
Neste momento, deram-se conta que, mesmo fora das lentes, o globo ocular delas estavam capturando aquelas distorções da percepção humana. Começava a aflorar o dom que elas tinham quando crianças. Ambas eram sensitivas, por isso bastava o olho certo, junto da câmera certa, para descortinar a visão de outro plano.
Para saber mais entre em contato conosco:
atendimento@melhorpubli.com.br
Nos siga, curta e compartilhe também em nossas redes sociais.
Instagram: @melhorpubli
Facebook: facebook.com/melhorpubli