Continuação…
Muitos podem achar milagre, outros não acreditam. Mas eu consegui me ver. Como se minha alma tivesse saído, e o físico ficado. Difícil de explicar. Sentei-me ao meu lado na maca do hospital. Aparelhos. Fios. Beep… Beep… Estava vivo ainda. Sem nem uma reação aos remédios. Caminhei no corredor. Meus pais, aos prantos, pedindo explicações aos médicos. Nem eles entendiam.
Não confiavam mais no monitor cardíaco multiparamétrico, podiam declarar minha morte. Minha mãe sofria.
Algo me dizia para continuar caminhando. Cheguei até o elevador. Parecido com o do meu prédio. Entrei nele. Não tinha destino. Começou a subir. Parou. Não sabia para onde estava indo. As portas abriram. Não estava mais no hospital.
Incrível. Jamais havia visto algo tão lindo. Parecia o que dizem ser o paraíso. Presenciei o pôr do sol em meio a uma selva como em uma savana africana. No qual o sol, gigantescamente lindo e infestado de raios multicolores, exalava uma magia encantadora, um glamour divino. Senti o calor suave na pele e o aroma do conjunto das ervas rasteiras e demais árvores e arbustos do ambiente, penetrando como um bálsamo perspicazmente, aguçando a essência da matriz divina existente.
Ao andar, dei-me conta que pensamentos obscuros circulavam pelo ar em minha direção, encobrindo a felicidade. Se eu parasse e escutasse atenciosamente, era como escutar minha voz, ecoando sem fim os motivos de minha depressão. “Você não é suficiente”, “Decepciona seus pais”, “Ninguém te ama”, “Sua família te deixou porque você não valia a pena”. “Você é o problema”. “Se você for, ninguém sentirá sua falta”. “Não sabe lidar com seus problemas, vai lá, fuja deles”. “Medroso”. “Fracassado”. “Impotente”. “Vagabundo”. Essas palavras não me afetavam mais. Minha mente estava aberta, conseguia ver com clareza o que aquilo significava. Sabia voltar ao paraíso emocional que estava antes. Precisava só aceitar meu passado. Enxergar meu propósito na terra, pois percebi que ter uma vida sem uma missão definida não era viver, e sim simplesmente existir.
Em um piscar de olhos, deparei-me comigo mesmo deitado na maca do hospital escutando aquele sonoro “beep”, indicando que eu me encontrava ali, finalmente conectado ao meu corpo. Ao conseguir focalizar minha visão, meus olhos visualizaram o semblante de minha mãe ao meu lado. Nunca estive tão feliz por estar vivo. Desta vez, poderia afirmar que verdadeiramente estava vivo. De todo aquele trágico acontecimento, restou uma inestimável e grandiosa lição. Certo de que sou dono de meu próprio destino, sou livre para escrever e delinear o fluxo da vida universal que me conduz a viver uma vida repleta de amor, gratidão e harmonia.
Com toda certeza, hoje, reconheço o esplendoroso amor e estima que meus pais têm por mim. Precisei quase morrer para aprender a viver.
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